Há séculos que as organizações trabalham de acordo com a revolução industrial e o movimento mecanicista continua presente nas estruturas. Pode parecer estranho, mas as empresas ainda buscam “fazedores de tarefas”, teoricamente recrutam e buscam pessoas com competências como criatividade, inovação, inteligência emocional, liderança, mas permanecem colocando-os em caixinhas e cobrando apenas competências técnicas e voltadas para tarefas, impedindo-os de mostrar ideias e propor inovações, bem como formas diferentes de desempenhar as atividades profissionais e que podem trazer benefícios para um novo modelo organizacional.

Ouve-se muito que os profissionais não estão preparados e o questionamento é se as organizações estão preparadas para esse novo profissional? Aquele que está buscando novas formas de trabalhar, que tem ideias surpreendentes e que tem por objetivo transformar a organização tem valor no mercado? Em quais estruturas esse profissional pode ser valorizado e de que forma as empresas podem transformar sua visão em relação a esse ser inquieto e criativo? Cada vez mais é perceptível que o mercado está em constante mudança e as tecnologias avançando de forma expressiva. Não conseguimos imaginar um ambiente ausente da tecnologia da informação e comunicação (TICS), todavia é essencial observar quais mudanças as organizações estão aptas para aderir e trazer para os seus princípios e sua forma de trabalhar.

O novo profissional deve ser intraempreendedor e trazer novas ideias e a visão de mudança constante e inquietante, mas apenas será bem-visto e reconhecido se a organização estiver no mesmo patamar. Sua organização está pronta para esse profissional questionador e cheio de novidades? Quais pontos sua organização precisa transformar antes de olhar esse ambiente de constante desenvolvimento?

A nova geração tem dificuldade com uma estrutura repleta de regras e limites, mas será que todas as políticas estão alinhadas ao novo ambiente? Será que os gestores sabem lidar com essa geração complexa e cheia de fôlego?

Como anda a cultura organizacional, o plano de carreira, as políticas internas e a gestão da qualidade de vida na visão dos seus colaboradores? Sua comunicação é clara e eficiente ou ainda gera muitos ruídos? Podemos comparar uma estrutura organizacional a um sistema biológico onde todas as partes são orgânicas e funcionam de forma interdependente e interligada. As organizações precisam ouvir e aprender com seus pares, pois nada melhor do que saber a opinião de quem está ligado ao setor ou área para compreender as dificuldades e oportunidades de melhora e transformação.

As organizações são sistemas orgânicos e, segundo Burns, requerem uma amplitude de comando e confiança nas comunicações informais, e como um organismo vivo precisa, por vezes, de especialistas para diagnosticar e indicar alguns pontos que podem passar despercebidos, ou pela correria da rotina ou apenas para ausência da interação com as equipes. Para compor equipes antenadas e motivadas é preciso mostrar a contrapartida que está alinhada a oportunidade de ouvir propostas e estar disposto à transformar o que já dá certo em sucesso alicerçado no novo. Volto a perguntar se a sua organização está pronta para os novos profissionais que ela descreve no recrutamento e seleção de pessoal?

Qual a abertura esse profissional do futuro e com ideias inovadoras terá no seu time? E a importância que sua organização dá às habilidades socioemocionais?

Márcia Reis

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