Toda organização tem função social segundo o artigo 7 da Constituição Federal do Brasil (1988), e que perpassa pelas atitudes que devem ser planejadas para analisar e reduzir os impactos negativos e promover os impactos positivos em prol de todos.

Ao longo dos tempos o crescimento das organizações afetou, em sua totalidade, as pessoas, o meio ambiente e a sociedade. Seja por suas ações extrativistas sem regras e políticas claras ou pela exploração da mão de obra, é perceptível que houve um dano imenso em âmbito hídrico, biológico, atmosférico, assim como a má gestão dos recursos e resíduos urbanos. O conhecimento e a informação promovem o desenvolvimento da sociedade e tem trazido à tona essas questões e cobrando as responsabilidades de cada um dos atores envolvidos e como é preciso assumir compromissos para reduzir ou amenizar os impactos causados.

Quando se aborda a responsabilidade socioambiental fala-se dos impactos que as organizações provocam no ambiente onde estão inseridas. A adoção de práticas conscientes, tanto no que tange ao meio ambiente quanto à sociedade, são essenciais. Projetos para reduzir as desigualadas, transformando ações em impactos sociais e promovendo a sustentabilidade, tanto da empresa quanto da comunidade onde está inserida é uma prática positiva.

Quanto ao ambiente pense em adotar práticas como os 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) diminuindo os desperdícios e poupando os recursos naturais, visando não apenas a atualidade, mas as gerações futuras.

Os três pilares da sustentabilidade estão alinhados às finanças, ambiente e sociedade. Um primeiro sinal de alerta está ligado à forma como cuidam das pessoas dentro da empresa, visto que se não há preocupação com os profissionais ligados diretamente à infraestrutura da organização, o restante poderá ser verdadeiro ou não.

Todavia, atenção ao discurso falso e que pode comprometer sua organização, falar que tem responsabilidade socioambiental e criar campanhas, discursos e divulgar em redes sociais as chamadas greenwashing (maquiagens verdes) podem trazer consequências desastrosas a longo prazo.

Grande parte da lucratividade, também, pode estar comprometida quando as organizações não pensam em sustentabilidade, visto que é cíclico e podem coexistir no mesmo espaço. Investir em políticas de cuidados e preservação é um diferencial estratégico, além de promover a imagem do que se pratica, melhorando a percepção do cliente, investidores e parceiros, bem como da sociedade envolvida.

As ações voltadas para saúde mental, qualidade de vida no trabalho, reconhecimento, educação de qualidade e valorização dos profissionais que estão dentro dos espaços produtivos vão além dos muros e espaços formais. O cuidar deve ser ampliado para o entorno, tendo o olhar voltado para atitudes que promovam impacto positivo para a comunidade e o entorno. Incentivar trabalhos sociais, desenvolver projetos que acolham e deem emprego digno, empoderamento, qualificação, cidadania. A diversidade e inclusão são dois elementos essenciais para o desenvolvimento das práticas e precisam ir além do que a legislação determina.

Chamar à responsabilidade é compreender todos os impactos negativos e transformar em positivos com acesso, escala e transparência.

A responsabilidade social está atrelada com a forma que se cuida das pessoas e a ambiental como cuida do meio ambiente. Faz-se urgente que as mudanças sejam algo tão comum quanto existir, que todos os atores compreendam seus papeis e assumam sua parte nessa transformação, no modo de pensar e agir, assim como na construção de uma sociedade mais justa, ética e alinhada com as necessidades reais de modificação do status quo (estado atual). Os interesses devem ir além dos proprietários, investidores e acionistas, requer uma visão para os profissionais envolvidos e na sociedade de forma geral. Requer, ainda, uma transformação de dentro para fora revendo os princípios e crenças que estão alinhados à cultura organizacional.

Márcia Reis