Desde o século passado as doenças laborais são assunto que permeiam a gestão das empresas e requerem ações e mudanças para atender as necessidades da evolução nas estruturas de trabalho e as demandas dos profissionais. Todavia, é um tema abordado por Aristóteles em 350 a.C., sendo que o principal marco ocorre por volta de 1700 com uma pesquisa de Ramazzini, na Itália.
Ganhou corpo na Revolução Industrial, considerada um marco no desenvolvimento da indústria, dando início aos estudos sobre as doenças ocupacionais, e o impacto na saúde dos operários, devido aos ambientes inóspitos por excesso de calor, falta de ventilação e pelos movimentos repetitivos.
Ao longo da história as organizações foram evoluindo graças a pressão da sociedade e das associações profissionais, trazendo primeiro leis que proibiam crianças em ambientes laborais, por volta de 1800, e depois buscando melhores condições para os trabalhadores.
No Brasil a primeira Lei criada nesse sentido ocorreu apenas em 1919, um grande atraso, estabelecendo as responsabilidades, mas ainda insipida para os excessos que causavam diversas doenças em ambiente fabril. E na década de 70 nosso país ficou conhecido como recordista em acidentes de trabalho. O que evoluímos na qualidade de vida no trabalho (QVT) de lá para cá?
Se voltarmos o olhar para o crescimento das organizações, bem como das tecnologias da informação e comunicação ainda será preciso desenvolver muitas formas de aplicarmos a QVT, visto não estar alinhada apenas aos fatores físicos e que na atualidade tem mostrado que a saúde mental é um dos fatores que mais afeta os profissionais, em todos os níveis da estrutura.
Observe que tão importante quanto sanar os problemas dos acidentes laborais é a prevenção visto que alguns pontos podem ser analisados com base no estudo do ambiente interno e até com as boas práticas experienciadas pelos parceiros e concorrentes.
Existem 37 normas regulamentadoras voltadas para saúde e segurança no trabalho – SST e que devem ser seguidas pelas organizações em todos os setores.
Na contemporaneidade as adaptações aos novos modelos de trabalho trazem o questionamento de quais os pontos precisam ser adaptados e requerem atenção, principalmente em tempos de pandemia e afastamento social cabe às organizações refinarem a Pesquisa de Clima Organizacional – PCO visando a percepção dos fatores que podem impactar na saúde dos profissionais, bem como planejar ações para equacionar essa questão. É essencial compreender como seus pares se sentem e quais as necessidades nesse retorno gradual para as atividades presenciais.
Márcia Reis