A expressão sustentabilidade, em regra, é utilizada como sinônimo de proteção ambiental e social, tendo em vista a preocupação o desenvolvimento sustentável da atividade humana como um todo, com o objetivo de satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias necessidades. Ou seja, tem a ver com o futuro das próximas gerações.

Quando falamos em sustentabilidade corporativa, também estamos pensando no futuro, mas da própria empresa, da sua continuidade ao longo do tempo, para além de quem a criou.

Segundo Flávio Augusto, presidente da Wiser Educação, um negócio pode ter três diferentes destinos:

– quebrar, o que infelizmente é bastante comum como mostra pesquisa IBGE que aponta que 60% das empresas fecham em até 5 anos;

– o dono morrer e a empresa ser transmitida para seus herdeiros, o que pode dar certo, se a empresa estiver preparada para isso, mas pode dar muito errado e a empresa quebrar nas mãos dos seus sucessores; ou,

– ser vendida, o que, nas palavras do próprio Flavio Augusto, representa o auge do sucesso de um empreendedor, na medida em que todo o investimento realizado está sendo valorizado por outras pessoas interessadas em ficar com a empresa.

O futuro de um negócio depende, essencialmente de como ele é governado, ou seja, de como o empresário estrutura e alinha os interesses de todas as partes com quem a empresa se relaciona. Ou seja, depende da sua governança corporativa e que pode ser trabalhada a partir de três pilares: a sociedade, a gestão e os o gerenciamento dos riscos a que está sujeita e dos impactos que gera no âmbito socioambiental.

Ao cuidar do pilar “Sociedade”, o empresário deve cuidar de como será a participação societária, as regras para a tomada de decisão nas reuniões/assembleias de sócios, de como se dará a sucessão dos sócios ou sua saída da sociedade e, quando se tratar de empresas familiares, orientar a relação entre família e empresa e, assim, evitar que problemas de família interfiram nos negócios e vice-versa.

Em relação ao pilar “Gestão”, o empresário deve trabalhar a estrutura organizacional em si, a atribuição de responsabilidades e as formas de controles e fiscalização da gestão, de modo que oriente e conheça o que e como seus gestores estão trabalhando no dia a dia da empresa.

E, por fim, quanto ao “Gerenciamento dos riscos e dos impactos socioambientais”, o empresário deve procurar entender os riscos a que a empresa está sujeita, inclusive os riscos de compliance ou conformidade, e também os impactos que gera no meio social e ambiental, com o objetivo principal de adotar ações que mitiguem o que pode trazer prejuízo para a empresa e para com quem ela se relaciona.

Vale destacar, que esse cuidado em relação aos impactos gerados pelas empresas, sejam eles negativos ou positivos, se torna relevante justamente quando se entende que cuidar do meio ambiente e das pessoas é o que garantirá a empresa recursos para continuar operando no futuro, pauta essa que se transfigurou no ESG, acrônimo em inglês para ambiental, social e governança.

Ou seja, ao se estabelecer uma governança corporativa que cuida dos elementos mais tradicionais da sociedade, da gestão e dos riscos, além da adoção de ações que mitiguem os impactos negativos e reforça os impactos positivos no âmbito socioambiental, que no futuro poderão representar riscos para a empresa, o empresário está cuidando para que sua empresa não tenha a quebra como destino e que seja de fato sustentável, dando condições para que se perpetue ao longo do tempo, independentemente da figura do seu fundador, além de contribuir para o desenvolvimento sustentável do planeta.

Monica Bressan

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