Alguns temas têm surgido na contemporaneidade como se fossem algo novo e nunca estudado ou debatido, contudo, a síndrome da impostora começou a ser assunto no meio acadêmico desde o final dos anos 80 com o crescimento da mulher no mercado de trabalho.
Se dá o nome de síndrome, em geral, ao que está alinhado com a área clínica visto estar alinhado à patologia, ou seja, alterações que podem impactar mentalmente ou fisicamente a pessoa. E, nesse caso, a síndrome da impostora não é diferente, cientistas principiaram sobre o tema ao pesquisarem mulheres que não possuíam o senso interno de sucesso visto a ansiedade, angústia e frustração, bem como a depressão atrelada ao crescimento de sua carreira.
A dificuldade de valorizar suas competências, sejam técnicas ou habilidades sociais tornam-se um obstáculo pela dúvida e falta de segurança que algumas mulheres têm de sua capacidade, ou ainda que o mercado corporativo impõe para essas profissionais.
O medo constante de cometer algum erro que lhe será apontado e derrubará sua carreira e por consequências as conquistas obtidas é um dos elementos que mais causa ansiedade nessas profissionais.
Alguns outros fatores podem causar essa sensação de que podem ser tanto a falta de valoração de suas competências ao longo de seu crescimento, como por exemplo, a família que reconhece os filhos homens como potencial sucesso, ou ainda as que colocam um peso excessivo no sucesso dessa mulher ao longo de seu desabrochar por seus entes que cobram que obtenha destaque para atender as expetativas da parentela.
Seja por um motivo ou outro, a necessidade de trabalhar mais e melhor impacta na saúde física e mental, bem como o medo de falar não ou de ser autêntica com seus sentimentos, e a insegurança de não atender as próprias expetativas podem trazer uma autodestruição ou simplesmente a falta de ação ou medo de reação.
Os fatores mais danosos estão nos fatores externos, principalmente culturais e sociais, que ligam a imagem feminina ao de cuidadoras e inferiorizam a profissional que estuda, trabalha e ainda dá conta de sua vida familiar.
Todavia, a desconsideração de suas capacidades, por ser mulher, delicada, e vista erroneamente como frágil ou o fato de gerar filhos a tornará menos capacitada, dedicada e competente?
Alguns outros elementos reforçam essa visão distorcida e negativa do sucesso da mulher em sua carreira e estão ligados aos sistemas discriminatórios e falta de sororidade. Mas esse já é um tema para outra postagem.

Márcia Reis

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