O multiculturalismo consiste em unir pessoas diversas em um mesmo ambiente e contribuir para o crescimento da sociedade.
Durante décadas é perceptível, em algumas organizações, que optaram pelo favoritismo por iguais, sejam pessoas da mesma classe social, formados nas mesmas instituições educacionais, das mesmas religiões, raças, etnias, gêneros e isso faz com que a empresa seja sempre igual! Apesar de ser um formato de gestão usual, diante do contexto social de diversidade e inclusão, não é!
Quantas empresas contratam apenas estudantes de universidades X ou Y, ou das mesmas gerações acreditando que terão os melhores profissionais? Todavia, não há garantia de que apenas porque se formaram na mesma instituição de ensino que serão os melhores profissionais. Isso gera uma barreira na possibilidade de muitas pessoas entrarem em grandes e conceituadas organizações e por consequência um abismo social. É preciso quebrar alguns paradigmas e tornar sua organização um lugar inclusivo em diversos aspectos.
É comum para as mulheres serem questionadas em recrutamentos sobre ter ou não ter filhos, como se isso fosse um fator limitante em seu desempenho profissional. Observa-se que alguns recrutadores fazem assepsia social, seja por determinação dos gestores ou por questões pessoais. Contratar ou não alguém da periferia, ou de determinada etnia, gênero ou credo pode ser uma crença limitante e impactar na transformação que a sociedade tem buscado.
Será que o gênero, raça, credo ou orientação sexual pode interferir nas competências dos candidatos? Claro que não! Contudo, é fundamental que esteja intrínseco na cultura da sua organização, nos princípios estruturantes da empresa e das pessoas que compõem o seu time.
É primordial que se volte o olhar para as questões culturais internas e entenda a necessidade da mudança e transformação das organizações em ambientes inclusivos e diversos.
Não cabe mais na sociedade contemporânea, organizações que ainda filtram por questões étnicas raciais, gênero ou por limitações de mobilidade reduzida. Essa atualização é urgente é não deve ser adiada! Assumir a responsabilidade dessa mudança deve ser top-down, ou seja, de cima para baixo. Para isso é fundamental olhar suas lideranças e os demais colaboradores e o quanto sua organização é inclusiva e diversa. Quantas pessoas pretas existem em sua organização e qual a quantidade de mulheres em cargos de liderança? Sua empresa contrata pessoas com deficiência física e intelectual ou apenas cumpre cotas da lei buscando pessoas que não tenham um grau elevado ou visível de deficiência? Sua organização está aberta para pessoas com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial? Se de fato há, em sua organização, a preocupação com inclusão e diversidade é importante realizar um levantamento dos indicadores dos seus profissionais. Deve-se primeiro quantificar para analisar o percentual de pessoas nas diversas classificações e o quanto há diversidade e inclusão, em segundo lugar realizar uma pesquisa de clima organizacional para compreender como seus pares veem essa diversidade e inclusão e se de fato ela existe e é aparente ou, apenas, tem um discurso para fazer boa figura no mercado.
Algumas dicas podem ajudar na transformação:
- Treinar e desenvolver seus profissionais para esse tema;
- Adaptar o ambiente para as mudanças que deseja implantar;
- Buscar diversidade em suas contratações;
- Recrutamento com currículo às cegas e baseado em competências;
- Lideranças positivas e que tenham em seu DNA a empatia e a inclusão.
Repensar a sua organização e transformar o ambiente de forma plural e multicultural traz um ganho para todos. Ganha a sociedade com trabalho digno e crescimento econômico, ganham as pessoas pela troca de experiências diante de suas vivências, ganha sua marca por ser inclusiva, ganha o concorrente, pois terá que buscar a mudança para se adaptar ao novo. Pense e reflita sobre a importância da diversidade e da inclusão em sua organização, pois sempre é tempo de abordar temas que estão atrelados à diversidade. É essencial ter equipes de diferentes instituições, mulheres que são mães em cargos de liderança, pessoas com deficiência (PcD), representatividade negra, inclusão de gênero. Ser plural é ser inclusivo e a mudança começa com um primeiro passo!
Márcia Reis
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