Duas situações que estamos vendo com cada vez mais frequência na Mídia:

  • Em uma fiscalização do Ministério do Trabalho para avaliar a conformidade da empresa em relação às normas trabalhistas, o fiscal identifica uma situação de trabalho análogo a escravo provocado pela empresa de terceirização de mão de obra contratada para realizar uma determinada atividade.
  • E essa é pior, o empresário é acordado as cinco horas da manhã pela Polícia para uma busca e apreensão por conta de uma investigação por lavagem de dinheiro em função de um negócio super lucrativo que fez há alguns meses com um parceiro da sua empresa. A Polícia revira a toda a casa, sem dó, e leva tudo o que pode fornecer informações para a investigação, até o tablet do seu filho, além de apresentar uma intimação para depoimento na delegacia no mesmo dia.

O que muitos empresários que leem essas notícias não imaginam é que eles mesmos podem fazer parte de notícias como essas e, em um estalar de dedos, perder sua reputação.

A reputação representa a percepção que se tem de determinada pessoa, serviço, produto ou instituição. No caso das empresas ela, em regra, é determinante para gerar credibilidade para o fechamento de novos negócios e valor para a organização como um todo.

E não é só, os prejuízos financeiros para quem se envolve em situações como essas são enormes, já que a empresa acabará tendo de fazer a contratação de advogados para defesa nas ações, pagar multas e indenizações, além de perder receita com a rescisão contratual de clientes que não querem estar envolvidos com quem virou notícia.

Sem falar no tempo e investimento que serão necessários para tentar reverter a má imagem que restará junto das partes interessadas do negócio (clientes, fornecedores, empregados, comunidade, etc).

E chama a atenção que, tal como nas duas situações ilustradas, o empresário pode não estar diretamente envolvido na irregularidade encontrada, mas foi comprometido em função de uma contratação com terceiros mal avaliada. E isso pode acontecer com qualquer um, não importa o tamanho do negócio ou o setor de atuação.          

Não é porque um negócio irá gerar uma receita significativa ou diminuir seus custos que ele realmente vale a pena. Há outros critérios que devem ser avaliados pelo empresário, além dos ganhos financeiros, antes de fechar um negócio, seja ele qual for, com o objetivo de mitigar os riscos que associações com pessoas erradas podem trazer.

Entre esses critérios podemos citar o levantamento de eventuais processos administrativos ou judiciais já existentes em nome da empresa com quem pretende fechar negócio e de seus sócios ou mesmo verificando as referências comerciais que podem corroborar ou não a boa índole de um parceiro.

Costumamos chamar o levantamento prévio de informações sobre as partes que serão contratadas de Due Diligence ou Background Check.

Ao fazer esse levantamento prévio é possível identificar de antemão os riscos que uma contratação pode gerar e assim  viabilizar uma tomada de decisão mais consciente, para além de um simples potencial de ganho financeiro.

Se fala em assassinato de reputação quando alguém tem sua imagem abalada por culpa de terceiros mas, nesse caso, o empresário que só tem olhos para os ganhos financeiros, sem se preocupar com quem está fechando um negócio, está na verdade praticando um suicídio de reputação, que pode levar até a quebra da empresa.

Sabendo do risco de associações com pessoas não tão honestas assim, é responsabilidade e obrigação do empresário tomar providências, como adotar um processo de Due Diligence ou Background Check, antes da tomada de decisão de qualquer negócio.

Monica Bressan

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