O modelo híbrido é a mescla entre dois ou mais formas, no caso do trabalho ou da educação, o estilo destaca a possibilidade da composição de uma parte presencial e outra a distância, que na educação denomina-se assíncrona e síncrona, e no ambiente laboral presencial e home office.
Um modelo antigo e que desde os anos 90 tem entrado em uso por diversas empresas multinacionais, todavia, com a pandemia e o afastamento social por conta do coronavírus obrigou as organizações a lançar mão de uma alternativa antes não vista como possível, mas que num momento emergencial precisou ser adequada e adaptada para que não se parasse os trabalhos e a produtividade.
Junto com essa forma de trabalho vieram diversos obstáculos, dificuldades e desafios nos três níveis organizacionais. No estratégico, criar objetivos adequados, redefinir metas e planejamento a longo prazo visando o crescimento, inclusive, se for o caso rever a cultura organizacional.
No nível tático, aplicar os planos de ação para atingir os objetivos, promover a cultura organizacional e a integração entre as áreas e pares neste estilo de trabalho, pesquisar e organizar as plataformas, as equipes e pensar numa organização digital e com diversas ações online, inclusive repensando os espaços presenciais e a potência das tecnologias da comunicação e informação.
O nível operacional, precisou alinhar todas as ações com as equipes, coordenar agendar, buscar parcerias e manter o engajamento das equipes num modelo que gera distanciamento e dificuldade o controle de tarefas e repensar a forma que cria e administra indicadores de produtividade.
Todavia os desafios vão além das ferramentas e métodos de trabalho, as principais dificuldades estão nas relações interpessoais e na dificuldade de manter uma equipe coesa e alinhada com a cultura da organização. Está no papel das lideranças lidar com limites de tempo e espaço que as tecnologias não têm de forma clara e ainda a divisão do pessoal e profissional.
Em como lidar com barulhos naturais e cotidianos das crianças e dos pets, das reformas dos vizinhos e das áreas externas, assim como excesso de reuniões a invasão na privacidade e dos espaços pessoais.
Há ainda os gastos, custos que a pessoa física tem com energia elétrica, internet para melhorar a conexão, equipamentos como mesa, cadeira, equipamentos de ergonomia e demais gastos que passam a ser do profissional, visto que nem todas as empresas estão dispostas a pagar parte destes custos. Requer o olhar da divisão do que é privado e particular.
E ainda de que forma as relações interpessoais passam a ser comprometidas? As pessoas deixam a comunicação, empatia e convivência em segundo plano e esse fato pode impactar no futuro da carreira, bem como o desenvolvimento e crescimento das habilidades socioemocionais das pessoas nas relações de trabalho.
Não se nega a facilidade de termos a possibilidade de trabalhar alguns dias em casa e evitar os transtornos do trânsito e desgastes no deslocamento, entretanto requer atenção especial na importância das relações sociais e o desenvolvimento cognitivo com essa prática, e ainda da do papel das lideranças e engajamento da equipe que se conhece e se relaciona de forma pessoal e humanizada! Quantos desafios se tem pela frente para os gestores? Nos cabe aqui trazer essa reflexão.
Márcia Reis
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