“Nós sabemos o que somos, mas não o que podemos ser.”  (William Shakespeare)

A mudança só ocorre quando estamos prontos para utilizar a nosso favor os ventos que a trazem, com cultura organizacional clara e bem definida, equipe bem preparada e de acordo com os propósitos da organização, onde a competências são utilizadas positivamente e com ferramentas coesas aos objetivos propostos.

 O conceito de mudança está ligado à alteração do estado atual, seja por forças internas ou externas. Em geral as mudanças nos tiram da zona de conforto, pois obrigam a rever o ambiente em que estamos e na grande maior parte dos casos gera resistência.

E as mudanças não são diferentes no ambiente corporativo.  Grande parte das organizações mudam para se adaptar ao novo ambiente e principalmente para atender as necessidades do mercado, sobretudo para enfrentar a concorrência e se manter competitiva.

O modelo que temos, em grande parte das organizações, ainda está atrelado àqueles da  Revolução Industrial com controle extremo nos processos, restringindo, inclusive, a capacidade de pensar de forma autônoma, de raciocinar de maneira independente e, de criar novas visões e possibilidade na maneira de executar tarefas.

Porém, com a evolução das tecnologias e constantes mudanças no ambiente externo, somente quem se adapta sobreviverá.

Nesse sentido, ainda  é perceptível que algumas organizações fazem uma “meia mudança”, pois se mantêm fiéis aos modelos padronizados e, embora com discurso de valorizarem os colaboradores criativos e proativos, grande parte coloca os seus funcionários em “caixinhas” padronizadas e com chefias sem as competências necessárias para liderar esse novo perfil profissional tão requisitado.

Grande parte do nível estratégico ainda não está pronto para orquestrar a mudança e tampouco liderar esse novo perfil de parceiros de trabalho. Faz-se necessário o desenvolvimento de competências, principalmente pelos   líderes, que em boa parte, ainda seguem o modelo padronizado de gestão da velha economia e da antiga administração clássica como dos padrões de eficiência ditados por Taylor, pela simples falta de conhecimento e desenvolvimento de novos modelos adaptados à realidade de um mercado dinâmico, digital e em constante mudança, como a implantação e desenvolvimento das áreas de compliance, bem como sua relevância na contemporaneidade, como prioridade na nova visão estratégica de mercado. O ambiente pede que as empresas sejam responsáveis, todavia não sabem o que é e como essa responsabilidade ocorre.

Vejo as organizações aplicando velhas soluções em novos problemas e algumas ainda sem olhar o horizonte das novas tecnologias. Muitas precisaram se adaptar de forma urgente devido ao período de pandemia e ao trabalho remoto e, mesmo assim, fizeram algo provisório.  O medo do novo e a falta de confiança em seus colaboradores pode ser um dos fatores que impactam e influenciam a resistência à mudança, contudo acredite que a falta de habilidade em lidar com esse ambiente em constante mudança pode ser o principal fator que paralisa algumas organizações..

As organizações são compostas por pessoas, com culturas diferentes, por tecnologias e processos em constante mudança, portanto é premente que a visão esteja aberta aos novos rumos e ao deslocamento necessário para se obter êxito nesse novo ambiente.

Não adianta apenas mudar o discurso. preciso rever os processos e ferramentas de recrutamento, treinamento, adaptabilidade ao novo e principalmente as pessoas. Será que os líderes da sua empresa estão prontos para essa mudança? E seus processos são ágeis o suficiente para suportar esse novo ambiente corporativo? Sua empresa realmente está em conformidade com o discurso de inclusão e diversidade?

Urge que a mudança ocorra de dentro para fora e que esteja no DNA da organização e das pessoas que compõem essa estrutura, ou então será um discurso vazio e apenas para agradar a plateia e não algo real e factível com a intenção de crescimento e desenvolvimento para os novos rumos que desejas alcançar. Afinal, de nada adianta almejar novos ventos se não soltar as velhas âncoras que o mantém atado ao antigo e obsoleto passado.

Márcia Reis

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