Em pauta a equidade e representatividade nas organizações
O termo “diversidade” tem sido amplamente utilizado para descrever uma série de estratégias, políticas e ações em contextos organizacionais. No entanto, é essencial compreender as nuances entre diversidade, inclusão, equidade e representatividade, pois cada um desses conceitos aborda aspectos específicos da gestão de pessoas e da cultura organizacional.
Diversidade vs. Inclusão: Ao discutir diversidade, estamos nos referindo ao aspecto quantitativo da variedade de perfis dentro de uma organização. Isso pode ser quantificado, por exemplo, como ter 20% de um determinado gênero ou 30% de pessoas com deficiência (PCDs) na equipe. Por outro lado, inclusão diz respeito à qualidade das relações dentro da organização, ao senso de pertencimento e ao relacionamento entre as pessoas. Inclusão vai além de simplesmente ter uma diversidade de perfis, envolvendo criar um ambiente onde todos se sintam valorizados e respeitados.
Equidade e Representatividade: Equidade se refere à garantia de que todas as pessoas tenham acesso às mesmas oportunidades e ao suporte necessário para superar desvantagens. É sobre garantir justiça e imparcialidade nas práticas organizacionais. Por sua vez, representatividade envolve a presença de pessoas com determinadas características em todos os níveis e cargos da organização. É importante que a diversidade não seja apenas superficial, mas que haja uma distribuição equitativa de representantes de diversos grupos em todas as áreas da empresa.
É fundamental olhar para a diversidade de maneira abrangente, considerando não apenas questões como gênero e deficiência, mas também outras dimensões como orientação sexual, etnia e idade. Todavia muitas empresas ainda carecem de informações claras e estratégias definidas para promover a diversidade de forma eficaz.
Para promover a diversidade de forma eficaz, é necessário ir além da sensibilização e partir para a ação. Isso pode incluir ações como a revisão dos processos de recrutamento para evitar vieses inconscientes, o estabelecimento de políticas de inclusão, a criação de comitês de diversidade e a promoção de treinamentos para capacitar as pessoas que não tiveram a oportunidade e criar trilhas de aprendizagem com foco no desenvolvimento de lideranças.
A diversidade não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma estratégia visando fortalecer a marca, promover o desenvolvimento sustentável e impulsionar o crescimento econômico. Como destacado na Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural da UNESCO, a diversidade é fundamental para promover a justiça social, segurança e dignidade humana. Note que, e é responsabilidade de todos os setores da sociedade, incluindo governos, empresas, universidades e comunidades.
Para ajudar as empresas a promover a diversidade, são recomendadas uma série de práticas, desde a realização de mapeamento e diagnósticos para entender a realidade da organização até a implementação de políticas de inclusão, assim como treinamentos de sensibilização e revisão dos processos de recrutamento.
É essencial que a diversidade seja tratada como uma estratégia organizacional, não apenas como um projeto da área de Recursos Humanos, e que sejam estabelecidas metas claras para promover a representatividade e equidade dentro da empresa.
Em última análise, ao cultivar um ambiente de trabalho inclusivo, equitativo e diversificado, as empresas podem colher os benefícios da criatividade, inovação e resiliência que surgem da colaboração entre pessoas com diferentes origens, experiências e perspectivas.
Márcia Reis