A saúde mental sempre foi um tabu em diversos ambientes, seja por ser um tema sensível ou pela falta de crença nos impactos, ou ainda pela falta de informação que em quais níveis pode virar uma doença.

Durante décadas houve vergonha, medo, desconsideração e ausência de debates sobre um tema tão sério e que impacta as atividades laborais.

A pandemia trouxe o assunto à tona, e mais do que isso principiou um debate sobre os ambientes que adoecem e a responsabilidade das empresas no cuidado e na atenção com a saúde mental dos profissionais.

Qual a responsabilidade das organizações? De que forma podem ter ações voltadas para o cuidado da saúde mental? A primeira resposta é que há uma corresponsabilidade em manter ambientes saldáveis e observar as relações interpessoais. O segundo ponto são as ações que podem ser desenvolvidas para o cuidado com a saúde mental nos espaços laborais, sejam eles presenciais ou não.

O primeiro ponto está alinhado com o cuidado com excesso de trabalho, demandas fora de hora, sobrecarga de trabalho ou desvio de função. Muitas empresas empregam para uma determinada atividade e acabam trazendo outras no escopo do profissional, por muitas vezes com receio de ser demitido ou desconsiderado o profissional acaba por abarcando e fazendo atividades que não estão em sua tarefa e que podem gerar problemas futuros.

Ter um manual de operações com todos os cargos, funções e tarefas determinadas e com sua periodicidade pode ser um elemento essencial, bem como políticas claras voltadas para a área. Dessa forma é possível que todos compreendam as normas, regras e suas atividades, bem como os objetivos e metas e ainda de que forma seu trabalho está alinhado ao do outro e como impacta no todo.

Por esses motivos é essencial ter um plano de carreira com clareza sobre os elementos, bem como avaliação de desempenho com informação anterior do que será avaliado, quais elementos estão nas competências.

Antes de tratar é fundamental os cuidados para não adoecer as pessoas em sua organização, e caso ocorra ter programas de saúde mental, lugar de fala, roda de conversas e momentos de escuta ativa com as equipes.

Sempre propor e provocar atitudes de compartilhamento dos sentimentos, empatia, sororidade e respeito ao outro.

Caixa de sugestão ou forms, anônimos, com temas de debates também é uma saída em locais com uma diversidade grande de pessoas e áreas complexas de trabalho.

O que não é admissível são as organizações fingirem que nada está acontecendo ou ainda desligarem as pessoas que atravessam fases complicadas.

Outra responsabilidade é contratar empresas para gerenciar o compliance de forma independente e implantar entrevistas de desligamento para compreender os fatores que levaram a decisão para evitar repetir os erros.

É preciso acolher, tratar e gerar debates sobre liderança positiva, manter e incentivar a comunicação não violenta, observar o aumento de rotatividade e absenteísmo e ainda abordar com todos os níveis da organização de que forma as pessoas se sentem e quais elementos sentem falta no ambiente laboral.

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